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O fim de uma Era

Chega ao fim o Grupo ABC, holding nacional de agências de publicidade e empresas de serviços de marketing que intermediava os negócios mantidos no Brasil pelo Omnicom. Comandada pelo CEO Cristiano Muniz (foto) desde 2019, o conglomerado já foi considerado o maior do seguimento e recebia o reporte de agências como Africa, DM9, CDN e Interbrand

Divulgação

Cristiano Muniz ocupava a cadeira de CEO do Grupo ABC desde 2019

O Grupo Omnicom anunciou o encerramento das atividades do Grupo ABC, holding nacional de agências de publicidade e empresas de serviços de marketing, que já foi considerada a maior do seguimento. Com isso, as quatro marcas atuantes no Brasil que ainda faziam algum reporte ao ABC, sobretudo financeiro, passam a prestar contas às redes globais às quais estão ligadas.

Fundado em 2002, o Grupo ABC nasceu inicialmente com a marca Ypy para administrar os negócios mantidos no Brasil pelo Omnicom em sociedade com o grupo de executivos locais liderados por Nizan Guanaes e Guga Valente. Com planos que incluíam a abertura de capital, o ABC atraiu investimentos de três fundos nacionais: Icatu, Kinea e Gávea.

Entretanto, em novembro de 2015, o Omnicom anunciou a compra de 100% do capital do ABC. O modelo de holding nacional como intermediária não era um modelo da Omnicom. A organização apenas se manteve porque já estava incorporado quando foi totalmente comprado pelo conglomerado norte-americano.

Cristiano Muniz, que já havia atuado por sete anos como CFO e COO do ABC, a partir do final de 2010, foi chamado em 2019 para assumir o comando em substituição à dupla Nizan e Guga, que se desligaram totalmente da holding nos anos seguintes. Com o fim do grupo, o executivo também deixou o Omnicom.

De acordo com o grupo global, quando assumiu o posto no início de 2019, a missão de Muniz era a de reorganizar a holding nacional já com vistas à incorporação total das agências às suas respectivas redes. “Com a reestruturação agora concluída, não há necessidade de uma camada de holding local. Saio confiante de que as divisões operacionais da Omnicom continuarão a prosperar e crescer com muito sucesso no mercado brasileiro”, afirmou o CEO, em comunicado.

Os escritórios brasileiros das agências que faziam parte da holding já começaram a se organizar. A Africa, comandada pelos copresidentes Márcio Santoro e Sérgio Gordilho, era a maior empresa do Grupo. A agência já vinha fazendo reportes específicos, como os das áreas de criação, à DDB Latina, presidida pelo CEO Juan Carlos Ortíz. Agora, oficialmente, ela passa a prestar contas à DDB Worldwide a partir de janeiro de 2023.

Quem também se reportará à DDB Worldwide é DM9, fruto da fusão entre SunsetDDB, TracyLocke e Track, que voltou ao mercado em junho de 2022 junho sob direção do CEO Pipo Calazans, em conjunto com o COO Thomas Tagliaferro e o CCO Icaro Doria.  

Já a CDN, que soma 35 anos de atuação no mercado local e acaba de se reposicionar para fortalecer a área de inteligência de dados, já iniciou em outubro seus reportes diretos ao Omnicom Public Relations Group.

Por fim, a Interbrand, dirigido pelo CEO Beto Almeida, já vinha desde julho vinha se reportando integralmente à sede global de Nova York. A empresa, assim como a área de PR, integra o que o Omnicom chama de Diversified Agency Services (DAS).