Pesquisa da consultoria Productive, realizada nos meses de maio e junho deste ano, trouxe um apontamento interessante: 61,4% dos trabalhadores demitidos disseram que não esperavam por essa decisão.
Para começar, gostaria de tocar em algo que venho falando com uma certa frequência, que é o propósito em tudo o que fazemos. Aqui, em especial, focando no campo profissional. A pandemia deixou um rastro que ainda não foi corrigido pelas empresas, que é o do excesso de reuniões. Num período fazia sentido, não estávamos acostumados a trabalhar à distância. Agora estamos. Porém, não paramos com essa medida.
Essa não é uma ação sem consequências. Recente estudo realizado por Steven Rogelberg, professor de Ciência Organizacional, Psicologia e Gestão, da Universidade da Carolina do Norte, conclui que as grandes empresas gastam US$ 100 milhões por ano com reuniões desnecessárias. Naturalmente, as companhias menores têm uma despesa ou um desperdício menor com essas ações, mas é fato que também o têm. A conta tem que ser feita conforme o tamanho de cada uma.
De forma prática, além de todo esse gasto, se uso meu tempo participando de reuniões, como resolvo aquilo que pede minha atenção? Além disso, é comum que muitos participantes nem saibam o porquê de terem sido convidados para aquele encontro. Isso pode, de alguma forma, comprometer o resultado do trabalho? É claro que sim, e se não há entrega, naturalmente há um aumento na possibilidade de entrar na fila daqueles que serão desligados, caso a empresa passe por algum problema financeiro, o que temos visto de maneira recorrente, especialmente em startups.
É necessário adotar uma postura e ferramentas que permitam fazer a análise do desempenho de cada um dentro da organização da maneira mais objetiva e eficiente possível. Indico o uso dos OKRs - Objectives and Keys Results (Objetivos e Resultados Chaves) -, por ser uma ferramenta ágil de gestão, onde, dentre várias outras coisas, você atualiza um software com o avanço do seu trabalho ou faz uma reunião bastante objetiva, aproveitando melhor o tempo, dispensando, com isso, diversas reuniões. Também o funcionário sabe o que fez e o que precisa fazer, se não souber, cabe a liderança atuar e fornecer os elementos necessários. Naturalmente, se ele estiver em débito com suas atividades, não será surpreendido se entrar numa lista de demissões.
Outro ponto importante em todo esse cenário é o de que é preciso entender os motivos do atraso nas entregas das atribuições de cada um. Neste caso, valem os feedbacks pontuais e frequentes para que se entendam essas razões e, mais, para ajudar aquele integrante do time a se desenvolver melhor. A pesquisa da Productive mostra, inclusive, que 35,7% dos funcionários desligados não ficam sabendo nem na hora da demissão quais foram as razões que os colocaram naquela condição. Há aqui uma demonstração clara de que a troca de informações é rara. Em alguns casos, vários até, aquele que não têm uma entrega satisfatória não está na função ideal. Basta um ajuste pequeno. Esse apontamento está nas premissas da gestão por OKR aliada ao Constant Feedback and Reward (CFR) ou feedback e reconhecimento constante.
Uma boa troca de informações com cada membro da equipe, com ajustes pontuais, rende muito mais que uma reunião geral, que tira a todos de suas funções, mas que, na verdade, serve apenas para um ou outro. Nesses encontros pontuais e pessoais, indico apontar o que foi alcançado e o que ainda não se conseguiu alcançar para, não só corrigir uma rota, como também, se necessário, mudar, ou, no caso, trocar aquele membro da equipe de função.
Autor: 257