Nicola Labate
"Por se tratar de uma experiência estética e lúdica, mas ao mesmo tempo extremamente profunda, é a melhor forma de se reconectar consigo mesmo e repensar sentimentos e atitudes do dia-a-dia corrido do mundo corporativo”, explica Gallian.
Em ambientes focados em performance, metas e números, ter um tempo para conversar, se expressar e ampliar o repertório cultural pode ser muito transformador, não só para os funcionários, como para a cultura organizacional das empresas.
E foi pensando nisso que a Arca – empresa fundada pelo Sócio-Diretor Dante Gallian, professor titular na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) – desenvolveu um laboratório de leitura focado na humanização do ambiente de trabalho, o “LabLei”. A metodologia consiste na leitura e discussão de clássicos da literatura, incentivando o compartilhamento dos afetos, questionamentos e identificações com os personagens e as histórias.
O projeto teve início com alunos do curso de Medicina, a fim de humanizar futuros profissionais da área da Saúde no tratamento com os pacientes e, atualmente, é exercido por diversas empresas que se preocupam com a prevenção de distúrbios como ansiedade e burnout.
Por meio de textos simples e curtos, os colaboradores conseguem trabalhar o autoconhecimento e a consciência do outro de uma forma efetiva, que vai além de palestras pontuais e team buildings tradicionais. “Estudando e pesquisando os efeitos da Literatura para a Humanização, encontramos um aspecto curativo ao se trabalhar com as Artes, que não se dá em mais nenhum tipo de atividade prática. Por se tratar de uma experiência estética e lúdica, mas ao mesmo tempo extremamente profunda, é a melhor forma de se reconectar consigo mesmo e repensar sentimentos e atitudes do dia-a-dia corrido do mundo corporativo”, explica Gallian.
Ao dar o primeiro passo de ler e discutir um livro clássico, os colaboradores se tornam leitores, acabam com o preconceito com a literatura e seguem se inspirando para um trabalho cada vez melhor com seus líderes, liderados e seus desafios. O aumento do repertório cultural, em uma dinâmica de referências já viciadas e raramente se deparando com algo que realmente seja “fora da caixa”, é essencial para garantir inovação com uma visão ampla e nova.
A iniciativa já foi aderida por diversas empresas – como Bradesco, C&A, Fleury, Natura, Porto Seguro e Zodiac – que conseguiram sentir na prática a valorização do ser humano com base na experiência reflexiva das artes, desenvolvendo uma densidade intelectiva e afetiva essencial para a tomada de decisão e relação com o próximo no ambiente de trabalho.
Muitos relatos vividos com essas atividades estão no novo livro escrito por Dante Gallian em conjunto com Alexandre Seraphim, CEO da farmacêutica Zodiac, “Responsabilidade Humanística: Uma proposta para a Agenda ESG”. Na obra, os autores explicam o termo “Responsabilidade Humanística”, criado e registrado para refletir exatamente a experiência criada pelas atividades da Arca: a valorização do ser humano com base na experiência estético-reflexiva das artes, desenvolvendo uma densidade intelectiva e afetiva essencial para a tomada de decisão e relação com o próximo no ambiente de trabalho.