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Efeitos do 8 de janeiro

Tutinha deixa o cargo que ocupou até o final de 2022, e que agora passa a ser exercido por Roberto Araújo, que desde 2013 desempenhava a função de CEO na Jovem Pan. Assim como os demais acionistas, Tutinha seguirá como membro do Conselho de Administração da empresa, com a missão de preservar os princípios e valores que norteiam o Grupo

Divulgação

Roberto Araújo (foto) assume como Presidente do Grupo Jovem Pan, substituindo Tutinha.

No último dia 9 de janeiro, o Grupo Jovem Pan comunicou oficialmente à imprensa a saída de Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, o Tutinha, da presidência da empresa de mídia. Com isso, o posto passa a ser ocupado por Roberto Alves de Araújo, que já faz parte do Grupo desde 2013, desempenhando, até então, a função de Chief Executive Officer (CEO). Assim como os demais acionistas do Grupo, Tutinha seguirá atuando como membro do Conselho de Administração do Grupo. O Grupo vem sendo alvo de denúncias e investigações desde 2022 por conta da divulgação de notícias falsas, incitação à violência e acusações ao Supremo Tribunal Federal e seus integrantes. A nota oficial divulgada pelo Grupo Jovem Pan apresenta Araújo como o novo Presidente e ressalta que, durante seu período como CEO, o executivo esteve à frente dos processos de transformação digital da companhia e de expansão do projeto multiplataforma.

 

MPF instaura inquérito contra a Jovem Pan

O Ministério Público Federal (MPF) instaurou um inquérito para investigar a conduta da Jovem Pan acerca da disseminação de conteúdos desinformativos relacionados ao funcionamento das instituições brasileiras. “O foco da investigação será a veiculação de notícias falsas e comentários abusivos pela emissora, sobretudo contra os Poderes constituídos e a organização dos processos democráticos do país”, afirmou o MPF em comunicado divulgado no site oficial.

Ao longo dos últimos meses, o MPF realizou levantamentos que apontaram que a Jovem Pan, à princípio, “tem veiculado sistematicamente fake news e discursos que atentam contra a ordem institucional, em um período que coincide com a escalada de movimentos golpistas e violentos em todo o país”. Como exemplo, o Ministério citou a postura de comentaristas da emissora a respeito dos atos antidemocráticos ocorridos no dia 8 de janeiro, em Brasília, alegando que os profissionais teriam minimizado as ações e até mesmo justificado tais ações dos criminosos.

O MPF pede que a Jovem Pan forneça, em até 15 dias, informações detalhadas sobre sua programação, além dos dados pessoais dos apresentadores e comentaristas dos programas “Jovem Pan News”, “Morning Show”, “Os Pingos nos Is”, “Alexandre Garcia” e “Jovem Pan – 3 em 1”. O documento pede, ainda que a empresa se abstenha de promover quaisquer alterações nos canais que mantém no YouTube. Além do afastamento de Tutinha, da direção do Grupo, foram também inicialmente afastados e posteriormente demitidos os comentaristas Rodrigo Constantino e Zoe Martinez.