Hoje, as habilidades de inovação são primordiais para um bom profissional, assim como o inglês já foi um dia. Isto é motivado pelos acelerados avanços tecnológicos vistos nas últimas décadas, que criaram um consenso entre as lideranças de todos os ramos econômicos de que a inovação é algo fundamental para a continuidade de qualquer modelo de negócios. E para que a inovação aconteça, é preciso que todos os funcionários desenvolvam continuamente diferentes habilidades neste sentido.
De acordo com pesquisa da consultoria de inovação Ace Cortex, 85% das empresas priorizam a inovação na construção de suas estratégias. Nessa justificada pressa de criar coisas novas, novos produtos e soluções, por vezes deixamos de lado três reflexões cruciais que devem ser realizadas desde o início para potencializar a assertividade: “inovar para quê, para quem e por quem?”.
Não existe uma resposta padrão ou única para essas três perguntas e, a fim de compreendê-las, temos que pensar nelas conjuntamente. Para que uma empresa deve inovar? Inovar por inovar não leva a lugar nenhum. Um chapéu com braços mecânicos, por exemplo, é uma novidade. Mas para que serve isso? Hoje em dia precisamos planejar inovações pensando na sua utilidade e benefícios de fato. Refletir para quem e o que aquele produto ou serviço ajuda a gerar percepção de valor e a melhorar e agilizar processos.
E essa inovação não precisa necessariamente ser grandiosa – como a invenção da internet ou da “roda redonda” – mas talvez algo que facilite a vida de um dos seus públicos estratégicos, sejam eles colaboradores, fornecedores, consumidores, ou até mesmo para toda a cadeia, com a unificação de processos, automatizações ou simplificações. A coleta de uma assinatura que era feita presencialmente poder ser feita digitalmente, por exemplo, é algo que é aparentemente simples, que facilita muito a vida, mas que, para funcionar bem, envolve uma série de tecnologias que precisam ser unificadas para se obter um resultado preciso, eficiente e seguro.
Outro questionamento é “por quem serão feitas essas mudanças dentro da organização?”. Pensando nos já mencionados “para que” e “para quem”, acredito que quem deve “puxar” a inovação deve ser a área que conhece mais as necessidades do público para qual ela será direcionada, uma vez que são esses profissionais, presentes na operação e em contato direto com as facilidades e dores dos processos, que sabem o que é preciso ser feito.
É claro que se a empresa possui uma equipe focada em inovação, contar com esse suporte pode ser um diferencial para otimizar essa construção. No entanto, é preciso que os profissionais tenham em mente que a inovação tende a ser cada vez mais horizontalizada e permear o negócio como um todo, fazendo com que todos devam ter esse olhar que busca a evolução no seu dia-a-dia.
É inegável que estamos vivendo um momento de transição das empresas e do mercado de trabalho. Como mencionado anteriormente, os diferenciais já foram saber inglês ou dominar o Excel. Agora, esses atributos já são considerados básicos e, em breve, acredito que as exigências serão outras, como saber um pouco de código, de dados e de user experience, além de competências fundamentais para a inovação, como tolerância ao erro, colaboração e resiliência. Porque apesar de ainda ser necessária em muitas organizações, a área de Inovação tende a atuar cada vez mais como uma facilitadora, oferecendo consultoria e as ferramentas necessárias para que a inovação aconteça nas respectivas áreas que possuem domínio do processo, produto ou público-alvo ao qual se destinam as novas soluções ou melhorias.
Para evoluirmos e atendermos às expectativas do mercado, acredito que a chave está na construção de equipes multidisciplinares, nas quais todos têm, pelo menos, um pouco dessas novas competências para que a inovação ocorra com propósito, focada sempre em resolver problemas, melhorar a experiência do cliente e atualizar a proposta de valor de qualquer modelo de negócio.
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