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Os desafios da Comunicação Interna

Sétima edição do estudo “Tendências da Comunicação Interna 2023”, feita pela Ação Integrada em parceria com a Aberje, aponta que engajar lideranças como comunicadores é o maior desafio de Comunicação Interna. A pesquisa tem por objetivo trazer clareza a partir de dados das jornadas de dentro das empresas

Divulgação / LinkedIn

"O que é mais importante? Como eu lido com a demanda que chega? São reflexões que a pesquisa traz”, ressalta Thierry Pignataro, Diretor de Negócios e Operações da Ação Integrada.

Melhorar a experiência com os canais de comunicação, focar nas prioridades do negócio e comunicar melhor são apenas alguns dos insights levantados pela pesquisa “Tendências da Comunicação Interna 2023” para poder transformar cada vez mais a Comunicação Interna das empresas. O estudo foi desenvolvido pela agência Ação Integrada em parceria com a Aberje – Associação Brasileira de Comunicação Empresarial, e tem o propósito de trazer clareza a partir de dados das jornadas de dentro das empresas. Foram entrevistadas 163 empresas de diversos segmentos de todo o País.

De acordo com o estudo, entre os grandes desafios da Comunicação Interna estão: 1. Engajar as lideranças como comunicadores (74%); 2. Fazer a comunicação chegar aos públicos operacionais (55%); 3. Comunicar a estratégia e cultura da empresa (54%); 4. Gerenciar o excesso de informações (51%).

Um dos pontos identificados é que 53% das empresas respondentes têm investido muito tempo nos canais internos de comunicação, 38% em campanhas e 31% em comunicados internos. “Em outros insights, a pesquisa mostra que o percentual que a gente investe em apresentações de PPT, as quais somos demandados, é mais de dez vezes maior do que o tempo que investimos em mensuração, por exemplo, ou mais que o dobro do investimento em escuta e diagnóstico. O que é mais importante? Como eu lido com a demanda que chega? São reflexões que a pesquisa traz”, ressalta Thierry Pignataro, Diretor de Negócios e Operações da Ação Integrada.

 

Entendendo os desafios da Comunicação Interna

Engajar as lideranças como comunicadores, principal desafio identificado pela pesquisa, refere-se ao processo cultural de ter uma liderança comunicadora. “Para isso, deve-se olhar do CEO até os Coordenadores e Líderes imediatos. Nota-se que a Comunicação Interna contribui cada vez mais com a orquestração do negócio: 88% dos CEOs valorizam, ou valorizam muito, a CI nas empresas; 62% das empresas possuem reuniões ou lives dos CEOs com os times e 79% realizam reuniões periódicas sobre objetivos e resultados”, destaca Pignataro.

Entre as maiores implantações desejadas para este ano estão: treinamento com gestores para serem melhores líderes comunicadores (25%) e sistematização de rituais de conversas (21%). O segundo desafio é como fazer a comunicação chegar aos públicos operacionais. O estudo mostra que a liderança deve ter mais protagonismo, que as comunicações sejam mais ágeis, que é preciso focar na informação essencial, ou seja, menos é mais. “Quando a gente pensa em canais, é preciso observar a experiência de consumo de informação por esses públicos”, diz o executivo.

A pesquisa também fala sobre horizontalização da comunicação: 28% das empresas planejam implantar um programa de influenciadores internos; e 22% planejam implantar um programa de “Agentes de Comunicação”, a partir do empoderamento de determinadas áreas da organização.

A sugestão é que seja adotada uma comunicação mais descentralizada, horizontal e colaborativa com empregados como criadores de conteúdo e investimento nas redes sociais corporativas e nos Community Managers.

Quanto ao terceiro desafio – comunicar a estratégia e cultura da empresa – a pesquisa tratou de levantar quais são os temas mais priorizados pela CI: 1. Iniciativas de Gestão de Pessoas (72%); 2. Cultura da empresa (67%); 3. Estratégias e resultados (57%); 4. Diversidade e inclusão (53%). “50% das empresas permanecem com o desafio de não conseguir priorizar as narrativas de CI, em comparação às demandas atuais. Parece um dado ruim, mas está em evolução; no ano passado era 47%”, analisa Pignataro.

Já o excesso de informações – quarto principal desafio – tem resultado na “infoxicação”, que leva à desinformação e à paralisia. “Pesquisas informam que quando ficamos muito expostos ao excesso de informação, passamos a ter um estresse cerebral muito grande que pode levar a um blackout cognitivo, que é perder o sentido em relação a muitas coisas e ter o poder de ação e decisão muito reduzidos”, ressalta.

A fim de gerenciar o excesso de informações, é preciso ter em mente duas responsabilidades: comunicar melhor e manter a saúde mental. Mas como as empresas estão lidando com isso? A pesquisa aponta que 78% estão cuidando da quantidade de conteúdos para evitar o excesso e 73% possuem um calendário para organizar os temas ao longo do ano. “Porém, há um ponto de atenção: os dados estão mostrando que as campanhas estão crescendo; 43% das empresas fizeram mais do que 16 campanhas em 2022 e, para este ano, 24% das empresas planejam aumentá-las ao invés de reduzi-las”.

 

Planejamento e gestão

O estudo “Tendências da Comunicação Interna 2023” também mostra que as áreas de CI estão sendo conduzidas com um olhar cada vez mais de gestão além de execução: 79% das áreas de CI têm um planejamento estratégico que orienta as ações e 86% têm os objetivos de CI vinculados aos da organização.

A questão da mensuração é um dos pontos positivos da pesquisa, pois está em evolução, principalmente porque empresas têm buscado medir mais e aos poucos; os indicadores estão passando de indicadores de processo para indicadores de resultados. Isso mostra que tem crescido mais essas ferramentas de medição digital e as pesquisas quantitativas e qualitativas.

A conclusão da pesquisa é que há alguns caminhos possíveis para a evolução da CI nas organizações: melhorar a experiência com os canais, focar no prioritário do negócio mais do que nas áreas, descentralizar a comunicação e, além de executar a comunicação, fazer a gestão dessa comunicação.