A chegada de 2023 vem carregada de expectativas quando falamos em comércio, em especial, o digital. Em janeiro do ano passado, tive a oportunidade de começar a escrever artigos abordando justamente as tendências nesse segmento, tanto da parte do consumidor como das empresas. Passado um ano desde a publicação daquele texto, temos a oportunidade de conferir se o cenário que se desenrolou conforme previsto, além de comentar o que está por vir nos próximos meses.
Um dos pontos principais que havia citado no meu primeiro artigo foi como os consumidores passaram a valorizar cada vez mais as experiências e sentimentos durante uma jornada de compra, trazendo o dado apresentado pela Gartner, que dizia que 50% dos clientes entrevistados possuíam grandes chances de migrarem para concorrentes se expostos a experiências desconfortáveis. A tendência segue forte para o ano de 2023, já que, segundo uma pesquisa da Opinion Box e Dito, os consumidores brasileiros seguem em busca de reconhecimento.
72% dos entrevistados esperam ser reconhecidos como indivíduos únicos, com seus interesses e necessidades identificados pelas grandes marcas. Outro dado relevante diz respeito ao panorama do cenário, pois 75% dos entrevistados afirmaram que indicam marcas que oferecem experiências personalizadas, trazendo destaque para caminhos que as empresas podem tomar para capitalizar cada vez mais o número de clientes fiéis e defensores, como estratégias voltadas para se conectar, de maneira humana, com o público alvo e o marketing de referência.
Ainda falando sobre estratégias que visam a experiência do consumidor, diversas marcas estão investindo cada vez mais em marketing de influência, ponto este que também destaquei ano passado. A principal preocupação dos grandes players é encontrar figuras populares no meio digital que conversem com pautas conscientes voltadas para ações mais humanizadas, porém, essa questão também é recíproca pelo lado dos “influencers”. De acordo com o relatório “Eleições e Influência”, realizado pela YOUPIX, 81,5% dos criadores de conteúdo acreditam na importância das marcas exporem um posicionamento claro, enquanto 65,4% chegaram a recusar jobs por não haver alinhamento ideológico. Pensando nisso, a tendência é que as marcas deem cada vez mais autonomia aos criadores de conteúdo.
Quanto aos canais de venda, a pesquisa mostra ainda que, por mais que a maioria dos entrevistados tenha realizado compras por meio de marketplaces digitais nos últimos 12 meses, a narrativa de que as lojas físicas estão perto de serem extintas é equivocada. O levantamento aponta que 67% dos entrevistados concordam que comprar online não substitui totalmente a experiência das lojas físicas. Desta forma, as estratégias em multicanais ou omnichannel, tendência esta que teve início nos últimos anos e vem demonstrando ainda mais força, devem otimizar integrações práticas e intuitivas entre os ambientes físicos e digitais.
O que podemos perceber é que a tecnologia, assim como os comportamentos que surgem a partir de seu avanço, seguem ditando as tendências do mercado. Vale sempre ressaltar a importância de as marcas estarem alinhadas e atualizadas com o que ocorre ao seu redor, afinal essa é a única forma de proporcionar experiências atuais e verídicas para seus clientes.
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