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Visão de mercado

Dasa, rede de saúde integrada, investe em projeto que tem o objetivo de desenvolver óculos criados com produtos de consumo e tecnologia 3D para comunidade de baixa renda.

Há tempos o acesso limitado à saúde ocular tem sido uma questão no Brasil. De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), mais de 11,92 milhões de jovens brasileiros sofrem de problemas de visão, como miopia, hipermetropia e astigmatismo, o que pode afetar seu desenvolvimento acadêmico, profissional e tarefas diárias. Para abordar essa questão, o professor de design e pesquisador da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), João Victor Azevedo, decidiu usar a estrutura do BioDesignLab em parceria com a Dasa, uma rede de saúde integrada, para criar uma tecnologia que permitisse a produção de armações de óculos a partir de plástico pós-consumo, combinando cuidados com a saúde pública e sustentabilidade socioambiental.

O projeto, chamado de NOMAD, começou com um piloto na Rocinha, a maior comunidade do país localizada na Zona Sul do Rio de Janeiro. Azevedo, que também é fundador da Maré, uma empresa especializada em upcycling, está satisfeito com os resultados alcançados. Ele destaca que o projeto une três componentes importantes: reciclagem de plástico descartado, acesso à saúde ocular e geração de renda.

Para iniciar o projeto, Azevedo buscou parceiros em todas as fases. A Dasa, mantenedora do BioDesignLab, foi uma das instituições fundamentais para o andamento do projeto. O BioDesignLab, que tem como objetivo desenvolver pesquisas nas áreas de design e medicina, deu suporte no desenvolvimento do sistema produtivo e realização dos primeiros testes com materiais utilizados em produtos de consumo. Heron Werner, médico e coordenador do BioDesignLab, destaca que, em conjunto com diversos parceiros, foi desenvolvido um sistema de reciclagem distribuída em pequenas células fabris autônomas, que podem ser facilmente implementadas em diferentes realidades brasileiras.

O objetivo do projeto é possibilitar benefícios ambientais, sociais e econômicos às comunidades. Para isso, o modelo de negócios escolhido abrange três vertentes: doação de óculos para moradores, potencialização da cadeia de reciclagem e aumento de renda de catadores e gestores de cooperativas.