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Por uma causa

Maria Lúcia Andrade traz para o país um braço da Brazilian International Association of Autism - BIA, instituição com sede na cidade de Newark, EUA

A jornalista Maria Lúcia Andrade, traz para o país um braço da Brazilian International Association of Autism - BIA

A jornalista Maria Lúcia Andrade, traz para o país um braço da Brazilian International Association of Autism - BIA, instituição com sede na cidade de Newark, no estado de Nova Jérsei (EUA), cuja metodologia otimizou o desenvolvimento comportamental de vários indivíduos incluídos no Transtorno do Espectro Autista (TEA), com ascendência brasileira, residentes na região.

A Associação Bia Brasil Autismo, começa a funcionar no bairro da Lapa, em São Paulo, e oferece atividades de arte em montagem de objetos decorativos e temáticos; exercícios físicos sensoriais com equipamentos adequados; jogos pedagógicos funcionais; inglês básico (ministrado de acordo com a capacidade de aprendizado); oficina de música e dança; passeios externos monitorados; e sessões de relaxamento para ativação o sistema vestibular (responsável pela detecção de movimentos do corpo, que contribui para a manutenção do equilíbrio).

A experiência vivida com seu filho autista, hoje com 27 anos, levou Maria Lúcia a criar este espaço que tem como foco o autista adolescente (acima de 13 anos) e adulto que contam com poucas opções de aprendizado, sociabilização e desenvolvimento. "Na década de 90, quando meu filho nasceu, os índices apontavam um caso entre quatro mil crianças, tanto que o diagnóstico na época era o de Autismo Infantil, como se o transtorno desaparecesse à medida que a criança fosse crescendo", lembra Maria Lúcia. No entanto, na virada do século, dados da Organização Mundial da Saúde comprovam o aumento de casos: entre os anos 2000 e 2002, os casos eram de 1 entre 150 crianças; no período 2010 e 2012 a relação foi para 1 caso entre 68 crianças e, atualmente, os índices apontam 1 caso entre 55 crianças.

Um estudo desenvolvido pelo Centro de Controle de Doenças (CDC) norte-americano, mostra um aumento significativo – em torno de 15% - na porcentagem de crianças com transtorno do espectro do autismo (TEA) nos Estados Unidos. Das cidades pesquisadas (New Jersey, Arizona, Arkansas, Colorado, Geórgia, Maryland, Minnesota, Missouri, Carolina do Norte, Tennessee e Wisconsin), a taxa mais alta foi registrada em Nova Jersey (1 em cada 34 crianças), o que representa um aumento de 19% em relação a 2016. A pesquisa mostrou, também, que o autismo é quatro vezes mais comum em meninos do que meninas e mais frequente em crianças de etnia branca do que afrodescendente e de origem hispânica.

No Brasil não existem estatísticas oficiais. Em alguns estudos esse número pode chegar em até 1 autista a cada 45 crianças brasileiras. Dessa forma, estima-se que o Brasil, com seus 200 milhões de habitantes, possua cerca de 2 milhões de autistas. São mais de 300 mil ocorrências só no Estado de São Paulo. Contudo, apesar de numerosos, os milhões de brasileiros autistas ainda sofrem para encontrar tratamento adequado.

Outra mostra do crescimento do autismo no Brasil está no número de pessoas que, ano a ano, participam de uma caminhada pela Avenida Paulista no dia 2 de abril, Dia Mundial de Conscientização do Autismo e que tem como ponto de partida a sede da Associação Sabesp, da Rua 13 de maio, em São Paulo. "Em cinco anos o público participante cresceu extraordinariamente. De umas 500 pessoas, em 2014, pulou para 10 mil, em 2019. E isso não se deve só ao engajamento pela causa e sim pela alta incidência", destaca Maria Lúcia.

Embora a data oficial seja o dia 2, a próxima Caminhada pela Conscientização sobre o Autismo está marcada para 5 de abril de 2020, um domingo, partindo da Associação Sabesp, às 15 horas, rumo à Av. Paulista.

A sede da BIA BRASIL fica na Rua Vespasiano, 94 - Lapa, com funcionamento  das 13h30 às 17h30. Contatos com Wilma de Andrade, Coordenadora, para marcar avaliação pelo tel. 11- 97402-3505 ( E-mail: biawilma@gmail.com ).