Um eco que estimula troca de experiências, a nossa espiritualidade e o desenvolvimento humano... Quem dominar essas práticas ditará normas salutares de conduta nos grupos corporativos e sociais.
No mundo em constante evolução, é inevitável que ocorram choques entre diferentes gerações. A cada nova era, surgem novas tecnologias e formas de pensar, trazendo consigo uma série de mudanças e desafios para a humanidade. No entanto, ao invés de encarar esses choques como algo negativo, devemos enxergá-los como um eco que estimula o desenvolvimento humano.
Desse modo, a era da modernidade traz em seu bojo a necessidade de revermos as nossas crenças e realinharmos nossos valores, que até então eram consagrados pelas diferenças que permeavam entre as gerações. Porém, com o advento da “era da tecnologia” e, mais recentemente, com a explosão da "ia" (inteligência artificial), esse choque cultural nos leva a rever de forma irreversível as nossas relações interpessoais, não mais como conflitos, mas como intercâmbio, interação e integração entre as diversas gerações humanas ("baby boomers" nascidos entre 1946 e 1964; a geração "x" nascidos entre 1966 e 1984; a geração "y" nascidos entre 1984 e 1996; e as mais recentes: geração "z" nascidos entre 1997 e 2010 e, por último, a geração "alfa" nascidos a partir de 2010).
Entretanto, as novas gerações vêm manifestando maior sensibilidade e preocupação no compartilhamento de seus conhecimentos, habilidades, competências e experiências com as demais gerações e o ecossistema, sem prepotência, orgulho ou colocando-se no pedestal, como senhores da verdade ou artífices do conhecimento. Elas não mais carregam o ranço de considerar as anteriores como sem formação, ou seja, com escolaridade básica, o que pressupunha ignorância, inferioridade e preconceitos.
Prevalece a consciência efetiva de que "todos nós temos o que aprender e ensinar!" Portanto, a humanidade está constituída, hoje, como um monobloco social onde o que conta é o respeito à diversidade e à coexistência harmônica, ou seja, o compartilhamento de ideias e experiências. Isso porque a diversidade de pensamentos e ideias é essencial para o progresso de todas as métricas de sustentabilidade, pois ao reunir pessoas com vivências distintas, é possível criar soluções inovadoras para os problemas que enfrentamos. O choque entre gerações, portanto, quando encarado de maneira positiva, é uma oportunidade de unir diferentes perspectivas e criar algo novo e único.
É importante ressaltar que esses ecos só serão construtivos caso haja respeito mútuo e abertura para o diálogo. Cada geração tem seus próprios valores e crenças, e é fundamental criar espaços para que todos se expressem livremente. Somente assim é possível encontrar um equilíbrio entre a tradição e a inovação e evoluir como sociedade, ou seja, se não levarmos em conta a essência e o valor intrínseco do ser humano, nem o conhecimento e muito menos a sabedoria irão prevalecer nos dias atuais.
Portanto, ao invés de atrito, devemos buscar a troca de conhecimentos, a fim de motivar o crescimento e aprendizado entre as gerações e, através do aprimoramento tecnológico, poderemos consolidar experiências e estimular uns aos outros a alcançar o melhor de si mesmos.
A grande verdade é que o sentimento de unicidade, a reformulação das nossas crenças e valores sugerem a visão de que estamos em comunhão com o "uno", a porta da espiritualidade que nos estimula a nos percebermos mais humanos. Sendo esses estímulos peças-chave e dinâmicas das relações interpessoais que conduzem ao desenvolvimento organizacional e social.
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