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A primeira Presidente negra

Parte do corpo docente da Universidade de Havard desde 2006, Claudine Gay (foto) passa a ocupar a cadeira de Reitora da instituição, sendo a primeira mulher negra nesta posição e a segunda mulher em toda a história

Divulgação

Claudine Gay assume como 30º presidente da instituição a partir de julho de 2023, sendo a segunda mulher a ocupar o cargo, sucedendo Lawrence Bacow

A Universidade de Harvard, instituição de ensino superior mais antiga dos Estados Unidos, elegeu sua primeira Reitora negra. Claudine Gay assume como 30º presidente da instituição a partir de julho de 2023, sendo a segunda mulher a ocupar o cargo, sucedendo Lawrence Bacow. Aos 52 anos, Gay irá ocupar a cadeira de presidência em Cambridge, Massachusetts.

Filha de imigrantes haitianos, a futura presidente trilhou um caminho de relevância dentro do ambiente acadêmico. Ela recebeu seu bacharel pela Universidade de Stanford, na Califórnia, em 1992. Em 1998, concluiu o doutorado em Harvard, onde ganhou o Prêmio Toppan de melhor dissertação em ciência política, de acordo com a universidade. Ela ingressou no corpo docente de Harvard em 2006 como professora de Governo e tornou-se professora de Estudos Africanos e Afro-americanos em 2007. Desde 2018, atuava como reitora da Faculdade de Artes e Ciências de Harvard.

Em sua última função na universidade, Claudine liderou o maior e mais diversificado corpo docente da instituição com sede em Cambridge. Especializada em representação de minorias e em participação política governamental, além de promover inúmeras inovações durante sua gestão, ela conduziu a universidade com sucesso durante a pandemia de Covid-19.

Ela também foi um dos principais nomes por trás da campanha multidisciplinar de elevar a qualidade de ensino e pesquisa sobre a iniquidade social e econômica na América. A iniciativa estuda maneiras de trazer mais debates públicos a problemáticas como o acesso desigual à educação e a pobreza infantil.

Claudine assume a posição em um momento de declínio de matrículas em muitas faculdades e universidades dos EUA e em meio a debates sobre a falta de leis de cotas raciais em Havard. Além de altas mensalidades, que, de acordo com o site da instituição, custa em média mais de 50 mil dólares por ano, a universidade ainda tem recebido diversas críticas quanto a falta de estudantes de origem asiática, que teriam seus ingressos dificultados em detrimento de alunos brancos e de classes sociais abastadas. A instituição atrai pessoas negras e hispânicas por meio de ações afirmativas.

Em seu discurso, Claudine Gay sublinhou questões que rodeiam o papel atual da universidade no país. “A ideia da ‘torre de marfim’ é passado, não o futuro da academia. Não existimos fora da sociedade, mas, sim, como parte dela. Isso significa que Harvard tem o dever de se apoiar, se envolver e estar a serviço do mundo”, afirmou.

Com a posse de Claudine, mulheres serão maioria na presidência da Ivy Legue, termo dado às oito universidades mais prestigiadas dos Estados Unidos: Yale, Columbia, Brown, Dartmouth, Cornell, Universidade da Pensilvânia, Princeton e Harvard. Atualmente, apenas Columbia, Princeton e Yale são lideradas por homens.