Marcela Gaiato Martins, da Recovery, é a convidada do Consumo em Pauta dessa semana.
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Devedores de instituições financeiras já podem renegociar seus débitos com descontos vantajosos via o programa Desenrola Brasil, além de parcelamento de no mínimo 12 meses.
Mas, atenção, nem todos os inadimplentes podem se beneficiar do programa Desenrola Brasil neste momento. Só quem ganha entre dois salários mínimos e R$20 mil, cuja dívida tenha sido negativada entre 1º de janeiro de 2019 e 31 dezembro de 2022, não importando o valor do débito.
Iniciativa do governo federal, o programa Desenrola Brasil, portanto, tem como objetivo facilitar para a população a redução do nível de endividamento. Ele será aplicado em duas fases: Faixa 1 e Faixa 2.
No momento, estão sendo negociadas as dívidas financeiras de quem se enquadra na Faixa 2, conforme os detalhes acima. “A Faixa 1 começa em meados de setembro e irá atender basicamente a população com renda mensal inferior a dois salários mínimos. Assim como os inscritos no CadÚnico (Cadastro Único para Programa Sociais)”, explica Marcela Gaiato Martins. Ela é diretora de Produtos B2C, Marketing e Atendimento ao Cliente da Recovery, empresa do Grupo Itaú, plataforma especialista em recuperação de crédito no Brasil, e está no programa Consumo em Pauta desta semana.
A Recovery é uma das empresas que está renegociando débitos financeiros. “Em apenas um dia (18/7) a empresa fez mais de 56 mil acordos, totalizando R$ 38 milhões. Esse recorde foi puxado por um aumento nas renegociações em canais digitais”, diz a executiva.
Quem pode renegociar agora
Se você tem dívidas negativadas até dezembro do ano passado de crédito pessoal, rotativo do cartão de crédito ou outras deve procurar a instituição credora.
Não poderão ser renegociadas dívidas que tenham sido contraídas com alguma garantia. Por exemplo: se você pegou um empréstimo pessoal e deu como garantia seu telefone celular, não será atendido pelo programa Desenrola Brasil.
Contudo, explica Marcela, algumas empresas, como as de varejo, que não estão contempladas neste programa, também estão oferecendo condições especiais para que os inadimplentes regularizem seus débitos: “Aproveitem a boa vontade dos credores todos aqueles que não atendem aos requisitos do Desenrola Brasil para buscar sair do endividamento.”
Quem será atendido a partir de setembro
Na Faixa 1, prevista para iniciar em setembro, quem tem dívidas de até R$5 mil poderá entrar na plataforma do governo federal para renegociar seus débitos negativados até o fim do ano passado.
Nesta etapa, não serão só dívidas com instituições financeiras. Poderão ser incluídas contas de consumo, como de água, luz, telefone, assim como de varejo e bancárias. “As regras da Faixa 1 ainda estão sendo definidas”, alerta a executiva.
Dicas para renegociar
Antes de procurar a instituição financeira para renegociar as dívidas, a diretora de Produtos B2C, Marketing e Atendimento ao Cliente da Recovery dá algumas dicas. Conforme explica Marcela, é muito importante que o inadimplente faça uma análise do orçamento familiar e verifique qual o valor disponível para pagar na renegociação do débito. “Se não fizer isso, corre o risco de renegociar e não conseguir pagar. Aí, volta a ficar inadimplente e com o nome sujo novamente.”
A segunda dica é conhecer todos os valores que estão em aberto e de quais credores eles são. “Assim, sabendo quanto pode pagar e tendo uma visão total do que está em aberto, é possível se organizar e aproveitar bem as condições oferecidas pelos credores.”
Como exemplo, ela cita um credor que oferece uma condição ótima para a quitação à vista. Assim, sabendo que tem a disponibilidade de dinheiro, o devedor pode pagar esta dívida e parcelar outras cujas condições não são tão favoráveis.
Cuidado com os golpes
É claro que o programa Desenrola Brasil já inspirou criminosos a dar golpes em quem está querendo sair da inadimplência. Então, todo o cuidado é pouco.
Mas, conhecendo as regras do Desenrola, é possível fugir desses criminosos. Entre elas, que a negociação só pode ser feita com o credor (Faixa 2) ou pela plataforma do governo federal (Faixa 1).
Na Faixa 2, é fundamental procurar a instituição financeira credora. Se a dívida foi cedida a um escritório de cobrança ou repassada a fundos de investimentos e securitizadoras, como a Recovery, o banco deverá informar o nome da empresa que recebeu a cessão.
Nome limpo: Direito a crédito
Uma vez renegociada a dívida, o nome do inadimplente será retirado dos cadastros de inadimplentes assim que ele quitar a primeira parcela. “Isso vale para a Faixa 2”, acrescenta Marcela.
No entanto, quem tem débitos financeiros no valor igual ou inferior a R$100 e se não deve para mais ninguém, provavelmente o CPF não tem mais restrição. Provavelmente porque na portaria que instituiu o programa Desenrola Brasil diz que “instituições financeiras com volume de captações superior a R$30 bilhões, que desejem participar do programa na condição de credores, deverão providenciar a baixa permanente perante os birôs de crédito das dívidas cujo valor seja igual ou inferior a R$ 100,00 até 28 de julho de 2023.” Ou seja, a instituição que não aderiu não está obrigada a limpar o nome desses pequenos devedores.
No caso de varejistas e empresas de serviços básicos, como água e luz, a decisão de retirada de dívida de pequeno valor do cadastro de inadimplentes é voluntária por parte dos credores.
“Mas, atenção: não é perdão da dívida. O devedor deverá pagar ou renegociar o valor inferior até R$100 até o último dia de 2023. Se não o fizer, ele volta a ficar com o nome sujo”, completa Marcela.
Mais detalhes do programa Desenrola Brasil estão na entrevista com Marcela Gaiato Martins, que vai ao ar novamente nesta segunda (14/08), às 17 horas. O programa em vídeo já está disponível.
O programa Consumo em Pauta é apresentado pela jornalista Ângela Crespo todas as segundas, às 16h, com apresentações às terças, às 09h, e às quintas, às 19h, na Rádio Mega Brasil Online.
O programa também é disponibilizado, simultaneamente com a exibição de estreia, no Spotify, e em imagens, na TV Mega Brasil.