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Juliane Duarte, Coordenadora de Educação para Sustentabilidade e ESG do Grupo report
Os relatórios de Sustentabilidade e ESG vêm ganhando camadas de complexidades que requer das organizações mais consciência e planejamento para que as estratégias de relato sejam bem sucedidas, ou seja, sejam capazes de disponibilizar informações úteis e críveis aos seus públicos de interesse e gerar awareness em relação à agenda sustentável.
Nesse assunto, a necessidade de clareza de conceitos (como “ESG”, “Sustentabilidade” e “Relato Integrado”) e de atender públicos com necessidades específicas (como comunidades e investidores) se soma ao desafio de acompanhar as atualizações de padrões globais de relato e dos assuntos regulatórios que impactam o processo.
Mapear desafios e tendências é importante para, desde o planejamento, saber para onde ir e, especialmente, como chegar. E a boa notícia é que as habilidades e experiências de profissionais da Comunicação são relevantes e úteis na hora de modular a estratégia de relato de Sustentabilidade e de comunicação de resultados ESG:
Experiência do usuário
Antes de zelar pela experiência do usuário, é necessário, claro, conhecer o usuário.
Na prática, é necessário entender quem são os públicos interessados nas informações sobre Sustentabilidade para encampar uma comunicação dirigida capaz de atendê-los. Aqui a diferença conceitual entre Sustentabilidade e ESG importa, sendo a última com foco no mercado financeiro.
Assim, no universo ESG importa performar bem em ratings, a adoção de um padrão de relato com foco no investidor, como as recém lançadas normas IFRS S1 e S2, que provocam as empresas a comunicarem os seus riscos financeiros e oportunidades relacionados aos temas de Sustentabilidade como, por exemplo, às mudanças climáticas.
Pensamento Integrado e Tecnologia
A Sustentabilidade não fica imune à geração massiva de dados. Informações para alimentar os robôs do ratings, disponibilizar métricas alinhadas ao padrão GRI, aos questionários CDP e ISE e apresentar evoluções em relação à Agenda 2030 e aos ODS, por exemplo, requer organização e criatividade para comunicar de forma coesa e integrada a estratégia de Sustentabilidade da organização e seus indicadores relacionados.
Assim, plataformas de gestão e divulgação de dados como Centrais de Indicadores podem ser aliadas neste desafio. Exemplos das brasileiras Natura&Co América Latina e Suzano servem de referência e inspiração.
Agenda Setting: Clima e Biodiversidade
Estamos batendo infelizes recordes em relação ao aumento de temperatura global e de tragédias relacionadas a fenômenos da natureza. No Brasil, notícias sobre desmatamento e consequente perda da biodiversidade se entremeiam com nosso potencial de gerar oportunidades e riquezas com a floresta em pé e, claro, com a ansiedade de sediarmos mais um importante evento internacional sobre meio ambiente e clima, agora na Amazônia.
Assim, como estudamos em Comunicação, esses temas estão na agenda do dia, nas manchetes e, sim, nas mesas das lideranças e investidores, dos reguladores e, portanto, na Comunicação (especialmente se forem temas materiais da empresa).
É claro, que este assunto não se esgota aqui. Poderíamos continuar a prosa, por exemplo, falando das armadilhas do greenwashing e de estratégias de mitigação de riscos, como processos de asseguração.
Mas, por ora, pensemos sobre como a interseção entre Sustentabilidade e Comunicação é potente para enfrentar os desafios crescentes do processo de comunicação de resultados. Agora é hora de aproveitar as oportunidades que a agenda sustentável oferece. Afinal, a comunicação de Sustentabilidade pode até inverter a lógica e começar pelo relatório, mas vai além, muito além, dele.
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