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“Não importa o setor de atividade, clima e meio ambiente são fatores que devem ser levados em conta no planejamento de comunicação. O mesmo vale para demografia, energia, transporte, tecnologia e geopolítica. Em todas essas dimensões, o que parecia sólido está em transição. A comunicação corporativa que não souber compreender esse fluxo será um risco não apenas de reputação, mas para os próprios negócios e seus clientes. A comunicação adaptada à transição construirá pontes estáveis, porém flexíveis, para levar de uma margem à outra”, analisou Hamilton Santos, Diretor-Executivo da Aberje, durante o evento da associação realizado no último dia 20 de fevereiro
A Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) apresentou, no último dia 20 de fevereiro, em evento realizado na sede da associação, a sua programação para 2024 e anunciou novidades para o mercado, além de novos benefícios para a sua rede e empresas associadas. Na ocasião, especialistas renomados puderam discutir também sobre as principais tendências e o panorama econômico que afetam a Comunicação atualmente.
Na abertura do evento, o Diretor-Executivo da Aberje, Hamilton dos Santos, compartilhou a agenda da associação, que neste ano irá trabalhar suas atividades partindo do tema “Comunicação para a Transição”.
“Não importa o setor de atividade, clima e meio ambiente são fatores que devem ser levados em conta no planejamento de comunicação. O mesmo vale para demografia, energia, transporte, tecnologia e geopolítica. Em todas essas dimensões, o que parecia sólido está em transição. A comunicação corporativa que não souber compreender esse fluxo será um risco não apenas de reputação, mas para os próprios negócios e seus clientes. A comunicação adaptada à transição construirá pontes estáveis, porém flexíveis, para levar de uma margem à outra”, analisou Hamilton.
O Diretor destacou os principais projetos da agenda da Aberje para 2024. Este ano, a associação formatou quatro comitês temáticos: Comunicação e Engajamento em ESG; Cultura de Dados e Mensuração de Resultados na Comunicação; Comunicação Interna, Cultura Organizacional e Marca Empregadora; e Gestão da Comunicação e Reputação Corporativa. Os quatro comitês irão iniciar suas atividades com os comunicadores em março.
A Escola Aberje de Comunicação, um dos principais focos da associação, realizará várias atividades ao longo do ano, como a 2ª edição da “Expedição Amazônia: Conhecer para Comunicar”, uma parceria com a Academia Amazônia Ensina, que levará para a região amazônica uma comitiva de comunicadores atuantes nas áreas de Comunicação Corporativa e Sustentabilidade. A jornada acontecerá de 27 de julho a 4 de agosto. Outra novidade da Escola Aberje é o “Mestrado Profissional em Comunicação Digital e Cultura de Dados”, um projeto especial da associação em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a Fundação Itaú, direcionado para profissionais de institutos e fundações. Em maio, a escola inicia a segunda turma do “MBA Gestão da Comunicação”, realizado em parceria com a FGV.
Visando preparar os comunicadores e suas empresas para a COP 30, que será realizada em Belém do Pará em 2025, a Aberje, em parceria com a frente de Ação para Comunicar e Engajar (PACE) do Pacto Global da ONU, lançará em junho o “Programa Preparatório de Comunicadores para a COP30”. O programa deverá entrar na grade das duas entidades em breve.
A 8ª edição do “Aberje Trends”, considerado o principal evento sobre tendências em Comunicação Corporativa, acontecerá no dia 25 de junho, no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, e reunirá profissionais e especialistas para discutir temas relevantes, como Fake News, Inteligência Artificial, Panoramas Setoriais, Comunicação e Planejamento nos Negócios, entre outros. Em setembro, a 5ª edição do “Fórum de Comunicação Corporativa Aberje/Valor Econômico” será realizada de forma presencial pela primeira vez.
Neste ano, o já consagrado Prêmio Aberje, que reconhece e premia empresas e comunicadores por seus cases e projetos inovadores, chega à sua 50ª edição. A festa, programada para acontecer em dezembro, está sendo preparada para trazer novidades e celebrar essa marca especial da maior premiação da Comunicação Corporativa no Brasil.
Em relação à publicações, a Editora Aberje dá sequência à confecção de livros setoriais, focados na comunicação específica de importantes setores da economia, inaugurado com o “Guia de Comunicação para o Agronegócio”, de Nicholas Vital. A editora lançará também, ao longo do ano, o “Guia de Comunicação para o Mercado Financeiro” e o “Guia de Comunicação para a Governança Corporativa”, além do livro “Reconhecimento que Gera Valor – Prêmio Aberje 2023”.
Também estão previstos importantes pesquisas e estudos para o ano, como a 3ª edição consecutiva do “Orçamento do Mercado de Comunicação 2024”; a pesquisa “Tendências da Comunicação”; o estudo sobre “Salários e Benefícios” do setor; além de pesquisas específicas sobre a “Comunicação nos Setores: Financeiro, Energia, Farmacêutico e Esportes”.
A fim de aprofundar cada vez mais os vínculos com profissionais e empresas, o Núcleo de Pesquisas da Aberje está organizando o lançamento de pesquisas sobre novos benefícios para as empresas associadas e para a rede. O primeiro deles é a “Central Aberje de Contingência”, um serviço que prestará apoio e acolhimento aos profissionais de Comunicação de organizações associadas em situações de crise. O segundo, é a formatação de serviço de “Mentoria e Coaching” para profissionais sêniores que estejam em transição de carreira.
“Estes novos benefícios são formalizações, em projetos estruturados, de questões que os profissionais nos trazem diariamente. Entendemos o recado e queremos que o associado e a associada saibam que podem encontrar na Aberje, e principalmente em sua rede, as soluções que precisam para influenciarem positivamente nos negócios onde atuam”, explicou Paulo Nassar, Diretor-Presidente da Aberje.
Tendências econômicas e sociais para a área de comunicação
Durante o workshop, também foi realizado um debate a partir do tema: “Quais as principais tendências de investimento das áreas de comunicação para 2024?”. O Professor-Doutor do programa de pós-graduação em Economia Política na PUC-SP, Antonio Corrêa de Lacerda, traçou um cenário interessante da realidade atual e das perspectivas econômicas salientando que existem ‘n’ oportunidades, tanto para empresas e consultorias, quanto para os profissionais de Comunicação diante do cenário de crescimento econômico do País. “Profissionais e empresas que souberem se adequar diante desse período de transição, para fazer frente aos grandes desafios. O maior deles é o timing, pois a recuperação é muito rápida e é preciso oferecer soluções sustentáveis a custos competitivos”, frisou.
Para o sociólogo Marco Ruediger, Diretor na Escola de Comunicação, Mídia e Informação da Fundação Getúlio Vargas (FGV/ECMI), a economia se fundamenta numa expectativa básica de confiança, produto essencialmente das relações sociais. “A Comunicação é um vetor de transformação de toda dinâmica social e da construção da verdade. Penso que as informações das redes sociais mobilizam reações emocionais, e não racionais, e a verdade é quase impossível de identificar, pois existe uma avalanche brutal de desinformação”.
Por fim, o jornalista Felipe Seligman, cofundador e co-CEO do Jota, defendeu o aprofundamento do debate de tantas questões ligadas a esse período de transição. “O desafio da Comunicação está só começando. Com muitas oportunidades, mas com muitos riscos, a comunicação em rede praticamente destruiu a indústria da Comunicação, o papel do profissional de Comunicação agora é completamente diferente. Outro desafio é como se manter informado diante de tanta desinformação sobre esses temas; como é possível entender o que é importante para que seja possível se posicionar. Outro desafio é educar a sociedade sobre a importância disso, pois as pessoas estão dentro de suas bolhas e vão criando as suas narrativas”, avaliou.