Alcides Ferreira "As empresas do setor precisam inovar e buscar novas formas de atender às demandas dos clientes."
Apesar das instabilidades econômicas e políticas do segundo semestre, o ano de 2022 foi de grande expansão para o Grupo Nexcom. O crescimento em relação ao ano anterior superou os 60% e a receita bruta bateu em R$ 36 milhões. A organização credita esse crescimento ao forte aquecimento do mercado no primeiro semestre, fator que sustentou índice muito acima da média do próprio mercado e consolidou o grupo entre os principais players do mercado. E essa é uma história que mostra o potencial da área de comunicação corporativa no Brasil. Integrado pelas marcas Fato Relevante e PUB, o grupo entrou no mercado em 2019 e rapidamente ganhou terreno e tração em um segmento intensamente disputado. “O negócio da comunicação corporativa foi positivamente influenciado pelo aumento da demanda por políticas ESG nas empresas. Acreditamos que essa tendência é irreversível e vem sendo positiva para as agências nos últimos anos”, afirma Alcides Ferreira, sócio-fundador da Fato Relevante, que confirma a percepção de que a tecnologia, as questões de governança, reputação e sustentabilidade impulsionam as organizações a ampliarem o investimento na comunicação baseada em relacionamento com públicos estratégicos. Para sustentar a curva de crescimento da agência, Ferreira aposta na inovação. “É preciso buscar novas formas de atender às demandas dos clientes. Há um anseio por inovação e exigências cada vez maiores por parte dos contratantes. Isso vai demandar solidez financeira, escala e um portfólio completo de serviços”. A presença da tecnologia, especialmente a chegada da inteligência artificial e as formas generativas de produção de conteúdo não assustam o Grupo Nexcom. Alcides vislumbra oportunidades onde muitos enxergam ameaças. “Quanto mais o negócio do cliente envolver comunicação com grandes e diversas audiências, maior será a demanda por soluções inovadoras e uso de tecnologia, inteligência artificial, dados etc.. Mas o trabalho customizado, para pequenos públicos, não vai morrer. Pelo contrário. Uma das tendências da comunicação é justamente buscar qualidade, autenticidade e segmentação nas mensagens para os diversos públicos no ecossistema do cliente”. O grupo tem uma ampla carteira de produtos e serviços, que vão das ferramentas tradicionais de RP a programas de relacionamento com investidores e relações governamentais, uma área com forte tendência de crescimento. Para 2023, no entanto, Ferreira projeta um cenário mais cauteloso. O começo do ano, segundo ele, reforçou essa percepção. “ Janeiro sempre é um mês mais difícil, por uma série de razões, como revisão de orçamentos pelas empresas. Mas este janeiro, em especial, foi particularmente conturbado. A política e a condução da economia criaram incertezas que terão efeito ao longo, pelo menos, do primeiro semestre”, afirma. Mas essa cautela não arrefece o ânimo do grupo. “Esperamos fechar o ano novamente com crescimento. Nosso orçamento não é tão otimista como o de 2022, que foi plenamente realizado, mas mantém o viés de alta nas receitas. Há fatores intrínsecos ao negócio de relações públicas que vão além da economia e da política e que continuarão trazendo receitas adicionais. Também pretendemos investir para ter uma expansão além do crescimento orgânico dos negócios”, completa o sócio do Grupo Nexcom.