A tão sonhada retomada do crescimento econômico já teve início, ao menos na seara das agências de comunicação. Em meio a um cenário marcado por trancos e barrancos – como a greve dos caminhoneiros e uma corrida eleitoral fora dos padrões –, as receitas do setor em 2018, considerando um contingente de 206 empresas, somaram R$ 2,87 bilhões, 14,8% acima do registrado na temporada anterior, segundo levantamento efetuado com exclusividade pelo Instituto Corda – Rede de Projetos e Pesquisas para o Anuário da Comunicação Corporativa. O desempenho, que teve como alicerces a racionalização de cursos e a diversificação de produtos e serviços, foi o melhor dos quatro últimos anos e o terceiro mais robusto alcançado pelos prestadores de serviços de relações públicas (RP) na década, atrás apenas dos 33,3% de 2014 e dos 18,8% de 2012 – ambos obtidos, vale destacar, no período anterior a uma das maiores recessões da história do País. “O ano de 2018 foi excepcional para as agências. Elas bateram com folga a evolução do PIB, a inflação e os indicadores da maioria dos demais ramos da economia”, observa Maurício Bandeira, diretor do Instituto Corda – Rede de Projetos e Pesquisas.
Nem tudo, entretanto, são flores no segmento. O reaquecimento dos negócios contou com a decisiva contribuição das 50 maiores agências, que respondem por cerca de 50% do faturamento do setor. No ano passado, 69,4% desse pelotão de elite contabilizou receitas 15,4% pontos percentuais maiores do que as apuradas no exercício anterior. Em contrapartida, 44% do universo analisado pelo Instituto Corda ficou no zero a zero ou acusou recuo nas vendas. “Agências de menor porte, inclusive médias, operam com dificuldades. Para superar esses
obstáculos, algumas, inclusive, vêm recorrendo a fusões, com o intuito de racionalizar custos”, comenta Bandeira.
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