Nesse momento de ápice da pandemia do Coronavírus nos países ocidentais, governos mobilizam forças da sociedade para enfrentar o problema dentro de suas fronteiras. Nos Estados Unidos, por exemplo, no último dia 28 de maio o presidente Donald Trump recorreu à Lei de Produção de Defesa, promulgada em 1950 pelo então presidente Harry Truman durante a Guerra da Coreia, para envolver empresas privadas num esforço comum para a produção de insumos e equipamentos necessários num momento de conflito armado.
O Brasil não dispõe de um instrumento jurídico semelhante, mas nesse período em que a Covid19 começa a se instalar no País, empresas de diversos segmentos têm se empenhado em colocar sua força de trabalho e conhecimento técnico na luta contra a pandemia. E os exemplos são inúmeros. A Weg, empresa especializada na fabricação e comercialização de motores elétricos, transformadores, geradores e tintas, acaba de anunciar acordo de transferência de tecnologia com a Leistung, fabricante de Equipamento Médico-Hospitalares, para a produção de respiradores artificiais nas suas fábricas de Jaraguá do Sul, em Santa Catarina. Com a linha de produção em pleno funcionamento, a companhia poderá fabricar até 50 respiradores por dia e fazer entregas na segunda quinzena de maio. “Dependemos agora da obtenção dos componentes eletrônicos e pneumáticos, muitos deles importados e que sofrem escassez no mercado neste momento”, disse em nota Manfred Peter Johann, Diretor Superintendente da WEG Automação.
Movimento de solidariedade
Outras empresas se envolveram neste movimento de solidariedade que se construiu em torno do esforço de combate ao Coronavírus no território brasileiro. A Ypê, fabricante de bens de consumo adaptou sua linha de produção para fabricar álcool em gel para distribuição gratuita destinada às entidades de saúde. A empresa também fará a doação de 21 toneladas de sabão para moradores da favela de Paraisópolis, em São Paulo. A General Motors se uniu ao Senai para realizar o reparo de três mil respiradores que se encontram fora de uso por falta de manutenção. A Ecoville, indústria e rede varejistas de produtos de limpeza, fez a doação de 10 mil frascos de 125 ml de álcool em gel para o Hospital São José, de Joinville, e outros sete mil frascos distribuídos à população carente da cidade. A Ambev também adaptou sua linha de produção para a produção de 500 mil unidades de álcool em gel para hospitais, e a cervejaria se uniu à Gerdau para a construção, em 40 dias, um hospital com 100 novos leitos que será administrado pelo Hospital Albert Eisntein.