A paralisação do mercado pela crise do Coronavírus tem causou impactos também no mercado de eventos. Desde os grandes eventos corporativos, até os mais simples projetos de festa tiveram suas atividades praticamente paralisadas de uma forma muito brusca, o que tem gerado muitas dúvidas e incertezas sobre o futuro das empresas e profissionais da área.
A parte mais visível deste cenário que se forma é no escopo de grandes eventos, como por exemplo o Cannes Lions Festival Internacional de Criatividade, que foi adiado para outubro; o Desafio Estadão Cannes, que receberá inscrições até agosto e divulgará os vencedores apenas em setembro; o Brazil Cine Fest, que ocorreria em abril e ainda estabelecerá nova data; o Prêmio ABRADi Profissional Digital 2020, que ocorreria em abril, e agora tem a data provisória de premiação marcada para 9 de junho; o Congresso Mega Brasil de Comunicação, Inovação e Estratégias Corporativas, que ocorreria em maio e foi transferido para o mês de agosto; e a 23ª EXPO CIEE, que ocorreria em maio e ainda não estabeleceu novas datas. Mas é na parte mais vulnerável desta cadeia, ainda sem visibilidade junto à grande mídia, que o problema vem se manifestando de imediato, antevendo um cenário de drástica redução de receitas e, consequentemente, de funcionários.
A indústria de Eventos, que anualmente movimenta R$ 936 bilhões no País e é responsável por cerca de 25 milhões de empregos diretos e indiretos, já estima 55% de desemprego. Com dezenas de eventos cancelados e empresas do setor totalmente paradas, é preciso minimizar os prejuízos para que a situação não se agrave ainda mais, alertam os profissionais.
O produtor executivo Felipe Guedes é um dos atingidos em cheio nesta fase. Ele lembra que “a indústria de Eventos é uma das mais importantes da economia nacional e grande geradora de empregos. A cadeia de profissionais envolvidos no planejamento, na produção e execução de eventos é gigantesca e as agências sozinhas não terão como bancar esses profissionais se os clientes não fizerem sua parte também, honrando, dando suporte, sendo parceiros das agências neste momento”, disse. Segundo ele, quando o cliente derruba um projeto é importante não deixar de pagar os profissionais que estavam comprometidos a trabalhar nos eventos. “Do contrário, colocamos essas pessoas diretamente dentro da crise”, afirmou.
Mas afinal, qual seria a saída, tanto para os grandes players, quanto para pequenos empresários e profissionais afetados por esta onda devastadora? A ideia defendida por Guedes é a de reduzir os prazos de pagamento já praticados pelo mercado, onde é prática comum se exigir até 180 dias para pagamento dos serviços, inviabilizando o mesmo para grande parte das pequenas empresas, sem fluxo de caixa para custear este modo. Seja qual for a solução, se faz necessário um olhar mais atento à cadeia de Eventos, para que não haja um cenário ainda mais devastador, tanto para os players, quanto para os profissionais da área. O setor aguarda respostas.