A "chocolatier" Renata Penido lança movimento para movimentar o mercado do segmento durante o período de quarentena
Pensando nos pequenos produtores, que tem como maior renda do ano a Páscoa, seja pela produção de ovos de chocolate ou kits para a mesma época, a chocolatier Renata Penido criou o movimento #pascoaatejunho sugerindo que seja estendida a movimentação do mercado do segmento para além do domingo de Páscoa, por conta do isolamento social causado pelo Coronavírus.
A campanha, que vem ganhando força por todo o País, não tem nenhuma intenção de alterar a essência religiosa do domingo de Páscoa, dia 12 de abril. O objetivo desse movimento é o de proporcionar uma alternativa para que o sustento de muitas famílias que dependem desse momento do ano sobreviva. A ideia é que as pessoas não cancelem as encomendas e sim adiem o recebimento delas, para tentar reduzir o saldo negativo para os microempreendedores, como também manter toda a cadeia produtiva.
A Cromus Soluções, por ser a maior empresa de embalagens para presente, decoração de Natal e Páscoa, após conversar com outras empresas do setor, entendeu que deveria ter uma data em junho, especificamente até o dia 14, para que a cadeia do mercado chocolateiro possa se organizar, solicitando que mercados e lojas mantenham os produtos de Páscoa. Tal apoio se deu por a marca ver no movimento uma chance para esse pequeno empresário sair dessa situação, minimizando o resultado negativo causado pela pandemia.
Grandes marcas como Chocolândia, Cromus, Loja Santo Antonio e Sodiê Doces aderiram ao movimento em apoio àqueles que sobrevivem da festividade, já que a data representa, só nas fábricas, um aumento de aproximadamente 16% de mão de obra no período, segundo dados da ABICAB - Associação Brasileira da Indústria de Chocolate, Amendoim e Balas.
Só para se ter uma ideia do tamanho da importância do segmento na economia, a ABICAB publicou que a indústria brasileira de chocolates gerou 14 mil vagas diretas e indiretas para atender apenas o período de Páscoa de 2020, já que as empresas planejam a data com 18 meses de antecedência, contratando em setembro anterior. Tais números são ainda mais alarmantes, quando analisados pelo prisma da empresa familiar, aquela que tira o sustento do ano com a sua produção pascal.
Para salientar a relevância do movimento comercial da Páscoa, para a APAS – Associação Paulista de Supermercados, o período é o segundo melhor do varejo alimentar no Brasil, perdendo apenas para o Natal. Em março de abril de 2019, houve um crescimento de 5,1%, mais que a média anual.