Um legado em preto e branco

Por Larissa Sugiyama

05 de Novembro de 2024 | 09h00

Reprodução / New Mag

Em quase 70 anos de carreira, Evandro Teixeira eternizou importantes imagens históricas do Brasil, tornando-se uma referência no fotojornalismo brasileiro

Considerado um dos maiores nomes do fotojornalismo brasileiro, Evandro Teixeira faleceu na última segunda-feira (4), aos 88 anos, no Rio de Janeiro. O fotógrafo estava internado na Clínica São Vicente, na Gávea, Zona Sul, e a causa da morte foi falência múltipla de órgãos, em decorrência de complicações de uma pneumonia. Ele deixa a esposa, Marli, com quem foi casado por 60 anos, além de duas filhas e três netas.

Nascido em 1935, em Irajuba, povoado a 307 quilômetros de Salvador, na Bahia, Evandro Teixeira foi um premiado fotógrafo e autor de imagens marcantes da história do Brasil e de outros países. Com fotografias quase sempre tiradas em preto e branco, ele foi o responsável por registrar uma grande parte do que de mais importante aconteceu na segunda metade do século 20.

Em 1957, após fazer um curso de fotografia à distância, chegou ao Rio de Janeiro com uma carta de recomendação para trabalhar no Diário da Noite. Em seguida, foi convidado a integrar a equipe do Jornal do Brasil, onde trabalhou por 47 anos, tornando-se uma referência no fotojornalismo brasileiro. Ao longo dos quase 70 anos de carreira, registrou eventos importantes na história da política brasileira, entre eles, o Golpe Militar de 1964; a ocupação do Forte de Copacabana em 1º de abril de 1964; e as manifestações estudantis de 1968.

Suas lentes também foram responsáveis por captar imagens icônicas de Pelé e Ayrton Senna; a visita da Rainha Elizabeth e do Papa João Paulo II; a fome e pobreza, mas também o Carnaval e as festas populares. Nada escapou de sua câmera em todos esses anos de trabalho.

O velório de Evandro Teixeira acontece nesta terça-feira (5), na Câmara dos Vereadores, no Centro do Rio de Janeiro, das 9h às 12h, em cerimônia aberta ao público.