Biometano impulsiona nova era sustentável

Por Carina Rodrigues

31 de Março de 2025 | 16h40

Divulgação

Fábrica de Jundiaí da Henkel (foto) avança na transição para energia sustentável

 

A multinacional Henkel, indústria química dona de marcas como Loctite, Cascola e Schwarzkopf Professional, dá importante passo em direção à transição energética, ao adotar o biometano como fonte de energia para tocar sua planta industrial localizada na cidade de Jundiaí, no interior do estado de São Paulo, a partir de maio deste ano. Com a iniciativa, a companhia se coloca como a primeira indústria do setor a adotar essa fonte de energia sustentável, inaugurando um capítulo que pode mudar a história da indústria química no País, podendo levar outras empresas do setor a adotarem a mesma matriz.

O Plano de Transição Climática adotado pela Henkel prevê, através de uma série de transformações, incluindo a adoção de fontes de energia mais sustentáveis, a eliminação da emissão de gases que causam o efeito estufa até 2045. Tais metas foram estipuladas ainda em 2024, alinhando a companhia a pelo dois importantes Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela ONU: ODS 13, sobre ações contra a mudança global do clima, e ODS 12, sobre o consumo e produção responsáveis. Na ocasião, o CEO Global da companhia, Carsten Knobel, reafirmou o compromisso em seguir os objetivos climáticos estabelecidos pelo Acordo de Paris. "Todos devemos assumir a responsabilidade e ajudar a limitar o aquecimento global a 1,5°C, e já estamos muito próximos desse limite", disse ele. "Portanto, estendemos nosso compromisso climático para alcançar a redução absoluta de emissões de gases de efeito estufa até 2045, com ações concretas em toda a nossa cadeia de valor”, completou. 

A fábrica de Jundiaí, é a primeira unidade da companhia, em todo o mundo, a utilizar o biometano transportado por caminhões, o que garante a rastreabilidade do produto e a segurança em seu nível de pureza, livre do risco de contaminações por outros agentes, algo que pode ocorrer quando o tráfego do biometano é feito por meio de dutos, por exemplo. Com isso, a unidade fabril de Jundiaí se torna a primeira unidade da Henkel, em todo o mundo, a consumir biocombustível. É interessante notar que, além de aspectos ambientais, a adoção do biometano como fonte renovável de energia, traz, também, benefícios sociais. O incentivo à economia circular e gestão de resíduos, por exemplo, ocorre na medida em que transforma resíduos que seriam descartados em energia limpa e renovável. A prática contribui para a gestão eficiente de resíduos, reduzindo o volume de lixo em aterros sanitários e evitando a emissão de gases poluentes. Outro fator importante é a geração de empregos e desenvolvimento regional que estão ligados à cadeia de produção e consumo do gás. A produção de biometano pode impulsionar a criação de empregos em áreas rurais e urbanas, desde a coleta de resíduos até a operação de usinas de biogás, além de promover o crescimento econômico regional, gerando renda e oportunidades para comunidades locais.

Ao se tornar pioneira entre as indústrias químicas do Brasil no uso do biometano, a Henkel sinaliza uma tendência crescente no setor industrial nos principais centros de produção globais: a busca por alternativas renováveis que aliem inovação e responsabilidade climática e compromisso ético com a sociedade.