Por Larissa Sugiyama
31 de Agosto de 2023 | 15h00
Divulgação
Da esq. para dir.: Natalia Cuminale, Ana Beatriz Valim, Cristiane Blanch, Diego Iraheta e Thaís Camargo estiveram presentes no painel "Como engajar e mudar comportamentos", da 26ª edição do Congresso Mega Brasil
O mundo vive em constante mudança, seja por questões tecnológicas, econômicas, sociais ou até mesmo naturais. E no mundo corporativo não é diferente. Ao longo dos anos, o mercado já passou por incontáveis transformações e cada vez mais, elas vão acontecendo com mais frequência.
Porém, antes de qualquer coisa, é preciso ter em mente que quando se fala em mudança, se fala de um processo que envolve pessoas, ou seja, seres humanos que possuem hábitos, valores e crenças que, muitas vezes, são resistentes à tais mudanças, à novas práticas e comportamentos. E para que essas mudanças sejam alcançadas com sucesso, as empresas precisam incorporar, por completo, todas essas mentalidades, práticas e comportamentos – algo que nem sempre é fácil. Contudo, um esforço bem sucedido faz com que as corporações alcancem os resultados desejados e torne sua equipe mais engajada e se portando da maneira como acreditam ser a melhor.
Não há um fórmula mágica que faça com que o engajamento e a mudança de comportamento aconteça de uma hora para outra e seja rapidamente um sucesso. Pelo contrário, é preciso tempo e paciência para que isso ocorra, além, é claro, de um árduo e estratégico trabalho, não apenas da área de Recursos Humanos, mas de toda a empresa. Contudo, existem algumas atitudes que podem ser tomadas que contribuem para um maior engajamento e uma mudança de comportamento. Por exemplo, compreender e explicitar o impacto das mudanças nas pessoas; construir um processo emocional e racional para a mudança; garantir que toda a equipe de liderança seja um modelo para a mudança; mobilizar as pessoas para que elas tomem posse e acelerem a mudança; e incorporar a mudança na estrutura organizacional da empresa.
E pensando nisso, a 26ª edição do Congresso Mega Brasil de Comunicação, Inovação e Estratégias Corporativas de 2023 resolveu trazer o assunto para debate em seu segundo painel deste dia 30 de agosto, porém, com um enfoque especial no setor de Saúde brasileiro, uma área que esteve – e ainda está – sob os holofotes, principalmente depois da pandemia de Covid-19. Sob o tema “Como engajar e mudar comportamentos”, o painel abordou as estratégias de comunicação que ajudam a transformar a Saúde no Brasil.
E para falar sobre o assunto, o painel contou com as presenças de Ana Beatriz Valim, Gerente Sênior de Comunicação Corporativa da Medtronic Brasil; Cristiane Santos Blanch, Diretora de Comunicação e Assuntos Corporativos da Pfizer; Diego Iraheta, Líder do time de Conteúdo e o Creators Hub da healthtech Alice; e Thais Camargo, Gerente de Comunicação Institucional do Einstein. A mediação ficou à cargo de Natalia Cuminale, CEO e Diretora de Conteúdo do Futuro da Saúde.
Ao longo de toda a apresentação, foi abordado o papel da Comunicação dentro de todo esse contexto da Saúde. Foi de comum acordo entre todos os palestrantes presentes que falar sobre Saúde com a sociedade é algo difícil, uma vez que se trata de um assunto muito técnico, específico e tecnológico, não sendo, portanto, algo de fácil compreensão geral. Então, como passar as informações de maneira correta, clara e fácil para todos? Este painel abordou como as empresas ali convidadas estão contornando essa situação, quais estratégias de comunicação elas estão desenvolvendo e como elas estão trabalhando para engajar os stakeholders e os demais públicos de interesse nessa pauta.
Abrindo a rodada de apresentações, Thaís Camargo, Gerente de Comunicação Institucional do Einstein, falou um pouco sobre como essa questão vem sendo trabalhada na instituição. A executiva já começou sua apresentação enfatizando que, no Einstein, existe um grande contato com especialistas da Saúde e com a informação, porém, trata-se de informações muito técnicas. Veio daí o desafio de como transmitir isso para a população.
Segundo Thaís, uma das vertentes de trabalho da empresa é a educação em Saúde. “Nós da Comunicação do Einstein temos uma consciência muito clara de que precisamos ‘nichar’ a Comunicação, deixar ela o menos unilateral possível”, disse a executiva.
Para tanto, o Einstein tem investido em algumas ações para viabilizar essa democratização da informação. A primeira delas é a criação do programa “Repórter Paraisópolis”, que consiste em uma imersão no mundo da Comunicação e do Jornalismo nas áreas de Ciência e Saúde voltado para os jovens residentes de Paraisópolis. A segunda iniciativa é o “Jornal Acontece”, que nasceu com a finalidade de auxiliar pessoas ao entorno de comunidades mais carentes à se informarem melhor à respeito de questões relacionadas ao setor da Saúde.
“Com a Comunicação, é possível transmitir a informação e o conteúdo, porém, também é preciso ter empatia com o paciente, se colocar no lugar deles e buscar a melhor maneira de transmitir esse conteúdo”, complementou Thaís Camargo.
Cristiane Santos Blanch, Diretora de Comunicação e Assuntos Corporativos da Pfizer, por sua vez, enfatizou durante sua apresentação que, de fato, durante a pandemia o setor de Saúde ganhou bastante atenção, mas que, com o passar do tempo e a volta à normalidade, o assunto foi caindo no desinteresse do público – o que, segundo Cristiane, é algo normal – porém, ela ressaltou que não se deve deixar que o assunto “morra”, uma vez que é um tema de extrema relevância.
“A gente tem que buscar formas de ir além da comunicação, mudar o hábito. E, no nosso caso, estamos atrás de experiências que possam contribuir com isso”, disse Cristiane.
Pegando carona na comemoração dos 70 anos da Pfizer no Brasil, a farmacêutica lançou no mercado, em celebração à data, uma pesquisa sobre o que as pessoas desejam ver no setor da Saúde pelos próximos 70 anos e, com base nisso, traçar as suas futuras estratégias de comunicação para engajar e atrair a população.
Para a executiva, a Comunicação pode ser uma importante ferramenta em política pública, mas ela também concorda que, para isso, há um longo caminho pela frente. “Acho que usar a Comunicação como parte de uma ferramenta para política pública para conscientização das pessoas, é essencial, e talvez nos ajude a levar para as populações mais vulneráveis, que são mais impactadas pelas doenças e problemas. Então a gente tem um longo caminho pela frente”, enfatizou Cristiane.
A apresentação de Diego Iraheta, Líder do time de Conteúdo e o Creators Hub da healthtech Alice, abordou a atuação da healthtech focada na busca pela qualidade de vida.
A Alice volta o seu trabalho para entender o que a população realmente quer saber e tem interesse, porém, com uma visão mais voltada para a qualidade de vida, afinal, segundo ele, isso também é uma forma de disseminar a informação e o conhecimento sobre o setor da Saúde. “Aqui no Brasil, a grande maioria das pessoas atrela o fato de que estar bem de saúde significa não estar doente. E não é isso”, disse Diego.
“Na Alice, o time de Comunicação – formado por jornalistas especialistas em Saúde – estão efetivamente em busca daquilo que a população realmente quer saber. A nossa missão é tornar o mundo mais saudável, mas a gente entende que, para chegar lá, é preciso um bom trabalho de comunicação para todo e qualquer público”, disse o executivo durante sua apresentação.
Diego finalizou sua apresentação reforçando que o papel da Comunicação é continuar a produzir conteúdo acessível para a população, porém de outro lado, é preciso que as pessoas também façam a sua parte e tenham a autonomia de decidir se querem seguir aquilo ou não.
Por fim, fechando o círculo de apresentações, Ana Beatriz Valim, Gerente Sênior de Comunicação Corporativa da Medtronic Brasil, o primeiro passo para fazer com que a Comunicação atinja a todos é torná-la mais humana. “A gente não consegue chegar para a população com um assunto de maneira tecnológica, então, a gente precisa humanizar a Comunicação para termos acesso à toda e qualquer população”, disse ela.
Comunicar, segundo ela, é algo tão simples, mas, ao mesmo tempo, tão difícil. E é aí que entra o trabalho de Comunicação das empresas. Na Medtronic, por exemplo, eles trabalham para comunicar os métodos de prevenção antes de chegar aos métodos de tratamento.
Para Ana Beatriz, a chave do sucesso para uma boa Comunicação é o trabalho em conjunto. “Para nós da Medtronic, para furar a bolha, é preciso estarmos juntos com todos os que trabalham para a democratização das informações relacionadas ao setor de Saúde. Sozinhos, não vamos à lugar nenhum; precisamos de todos nessa luta. Comunicação não se faz sozinha, se faz com todos”, finalizou Ana Beatriz.
A 26ª edição do Congresso Mega Brasil tem como tema central “A comunicação e o legado que as corporações deixam para o futuro do planeta e das novas gerações”. O evento acontece nos dias 30 e 31 de agosto e 01 de setembro, na Unibes Cultural, em São Paulo.