Transformação social: de dentro para fora

Por Larissa Sugiyama

31 de Agosto de 2023 | 17h00

Divulgação

Da esq. para dir.: Priscilla Staell, Marcus Brier, Mauricio Cruz e Josemara Tssuruoka participaram da 26ª edição do Congresso Mega Brasil

A preocupação com o futuro nunca esteve tanto em evidência nas pautas de discussões das empresas quanto nos últimos tempos. E o que estamos vendo hoje em dia é uma preocupação que mescla as questões ambientais, sociais e de governança, uma vez que o meio corporativo não precisa mais escolher entre construir um mundo mais sustentável ou obter bons resultados financeiramente.

Por conta disso, ganhou força o conceito “ESG” (do inglês “Environmental”, “Social” e “Governance”), que, basicamente, serve para descrever o quanto um negócio busca meios de minimizar – ou até mesmo zerar – seus impactos no meio ambiente e o quanto ela se preocupa com as pessoas ao seu redor ao adotar boas práticas administrativas e de governança. Em outras palavras, o conceito ESG dita se uma empresa pode ser considerada responsável em âmbito social e ambiental por meio da adoção de medidas sustentáveis.

E agora, são esses fatores que determinam o balanço das empresas, seja para o lado positivo ou mesmo para o lado negativo.

Muitas vezes, a preocupação das empresas se volta apenas para o lado ambiental, fazendo com que elas não deem muita atenção ao lado social. Um erro, uma vez que as pessoas também são peças fundamentais na construção de um futuro melhor e mais sustentável. Por isso, dar visibilidade ao “S” do pilar ESG é de extrema importância.

O “Social” refere-se à responsabilidade social da corporação para com a comunidade e fiscaliza se o companhia está atuando de acordo com o que está assegurado nos direitos humanos e conforme estabelecido nas leis trabalhistas. Mais do que isso, evidencia se a organização possui um ambiente de trabalho diverso e inclusivo, seguro, com proteção à dados e privacidade, envolvimento com a comunidade, investimento social privado, entre outros pontos. Pensar o social é pensar no todo, é olhar para o ser humano.

Empresas que se comprometem com as questões sociais têm muito mais chances de obter resultados favoráveis em seus negócios, porém, mais do que isso, colaboram com a transformação do Brasil em um país mais sustentável, justo, equalitário e diverso.

E, a fim de dar mais destaque a esse assunto, a 26ª edição do Congresso Mega Brasil de Comunicação, Inovação e Estratégias Corporativas de 2023 trouxe a questão para o centro dos debates. Sob o tema “ESG e Cidadania”, o terceiro painel deste dia 31 de agosto abordou a importância do compromisso social das empresas na transformação do Brasil.

E para falar sobre o tema, o painel contou com as presenças de Mauricio Cruz, Gerente de Desenvolvimento Institucional do Instituto Baccarelli; Josemara Tsuruoka, Head de Marketing Institucional da EMS; e Marcus Brier, Diretor de Comunicação Corporativa da Stellantis. A mediação ficou à cargo de Priscilla Staell, Consultora de Comunicação.

Abrindo as apresentações do painel desta tarde, Marcus Brier, da Stellantis, falou um pouco sobre a empresa, recém surgida no mercado em janeiro de 2021, e sobre como ela trabalha a questão ESG em suas pautas de discussões. De acordo com o executivo, a companhia já nasceu com o ESG em sua base, a qual é erguida pelos pilares da descarbonização e mobilidade limpa, segura e acessível.

É uma empresa com uma governança eticamente muito rigorosa, que está submetida às regras da Bolsa, e tem como principais fundamentos estratégicos a localização do desenvolvimento regional e a regionalização da produção.

O executivo trouxe, ainda, como exemplo de uma iniciativa social da Stellantis, o projeto “Árvore da Vida”. Nascido em 2004 – ainda na época da Fiat – o projeto de responsabilidade social tem como premissa a inclusão social de crianças e adolescentes por meio de ações socioeducativa e a capacidade profissional.

A gente recebe muito mais do que dá, sempre. Vários outros projetos nasceram a partir dessa semente que foi o ‘Árvore da Vida’. E para nós, isso é motivo de orgulho, uma vez que a Stellantis nasceu sob as bases do ESG”, disse Marcus.

Dando prosseguimento ao painel, Mauricio Cruz, do Instituto Baccarelli, assumiu à frente das apresentações e trouxe para o público um pouco sobre a história e o papel social do Instituto, que é uma das organizações sem fins lucrativos mais respeitadas do Brasil, responsável por proporcionar ensino musical à crianças e jovens de Heliópolis, tendo formado a primeira orquestra do mundo em uma favela – a Orquestra Sinfônica de Heliópolis.

E por que a música? Segundo Mauricio, porque ela tem o poder de conectar os dois lados do cérebro, de fortalecer as sinapses. “A transformação social começa dentro de nós”, disse.

A pandemia de Covid-19, em 2020, fez com que o Instituto incorporasse ainda mais o trabalho social em seu DNA, mas, claro, sempre atrelado à música, ferramenta de seu trabalho, estimulando a sociedade a se movimentar em prol do bem, para a formação de uma onda do bem.

Como exemplo, Mauricio apresentou o projeto desenvolvido pela empresa parceira do Instituto Baccarelli, Klabin. Batizado de “As árvores que nos tocam”, o projeto foi uma homenagem ao “Dia da Árvore” (21 de setembro), o qual mostrou o canto produzido pelas árvores reproduzido e interpretado pelos alunos da Orquestra Sinfônica de Heliópolis.

Fazer o bem, e causar um impacto social no mundo, começa com cada um de nós olhando para aquele que está bem do nosso lado”, finalizou Mauricio.

E fechando o ciclo de apresentações deste painel, Josemara Tsuruoka, da EMS, falou sobre acesso. O acesso à oportunidades. O acesso à um mundo melhor.

A EMS é um laboratório farmacêutico 100% nacional que fala de inovação e ciência, levando saúde e fazendo a vida chegar mais longe.

E, dentre os vários pilares em que se baseia, a executiva escolheu falar sobre o pilar da Educação. Como exemplo, ela apresentou o projeto “Creche Emiliano Sanchez”, criado em 2008 como uma parceria entre o poder público e o privado, que cuida dos filhos das colaboradoras da empresa.

Josemara também citou a parceria de 16 anos entre a EMS e o IQE – Instituto Qualidade no Ensino, que tem por objetivo capacitar e avaliar o aprendizado, e ajudar a medir como está a educação em alguns municípios do País.

Falar em Educação é falar de um trabalho à longo prazo. A EMS acredita que a transformação social começa pela Educação. Sem ela, não é possível evoluir. E só com a Educação é possível mudar o mundo e torná-lo mais diverso e igualitário. Um Brasil melhor, independente de cor, raça, sexo ou qualquer outra questão”, frisou Josemara.

Finalizando painel, a mediadora Priscilla Staell, reforçou que “é preciso uma atuação em conjunto, de um lado e do outro. Vários braços são responsáveis pelas transformações sociais no mundo”.

A 26ª edição do Congresso Mega Brasil tem como tema central “A comunicação e o legado que as corporações deixam para o futuro do planeta e das novas gerações”. O evento acontece nos dias 30 e 31 de agosto e 01 de setembro, na Unibes Cultural, em São Paulo.